Nem sempre o processo terapêutico é sobre encontrar conforto imediato. Muitas vezes, a terapia nos leva a entrar em contato exatamente com aquilo que tentamos evitar — aqueles sentimentos que apertam o peito e incomodam profundamente. Mas dar voz a esse desconforto é uma parte essencial da jornada, porque é justamente nele que moram as questões que mais precisam ser ouvidas e integradas.
É importante entender que o desconforto não é algo que devemos fugir ou eliminar, mas sim algo que precisamos escutar com atenção. Afinal, essas sensações que tanto evitamos dizem muito sobre nossas necessidades, nossos medos e aquilo que não foi completamente processado. Na terapia, não buscamos soluções rápidas, mas sim uma compreensão genuína e profunda do que esses sentimentos nos revelam.
Quando criamos esse espaço seguro para acolher essas partes de nós que são desconfortáveis, abrimos portas para um processo de autoconhecimento muito mais rico. Não se trata de ter respostas prontas ou "melhoras" imediatas, mas de respeitar o tempo que cada emoção pede para ser compreendida e integrada. A cada sessão, damos pequenos passos, e cada um desses passos, por menor que pareça, é significativo.
A terapia oferece esse lugar onde o tempo corre de uma forma diferente — um tempo sem cobranças, sem pressa, onde cada emoção é convidada a se expressar e ser ouvida. É assim que, lentamente, construímos algo mais sólido, uma base emocional mais estável, onde até o desconforto encontra seu lugar e faz parte da nossa totalidade.
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