Agora, no nosso último post sobre o livro “Mundo Singular: entenda o autismo” de Silva, Gaiato e Reveles (2012), vamos falar um pouquinho sobre a relação entre o autismo, as emoções e os relacionamentos.
Durante muito tempo, as pessoas autistas foram rotuladas como “sem sentimentos”, o que não é verdade.
Vamos pensar assim: o cérebro humano é formado de várias áreas e cada uma, apesar de ter sua função particular, se comunica com as demais, funcionando como uma unidade, fazendo com que a pessoa expresse comportamentos/emoções. Pois bem, segundo os autores, o cérebro de uma pessoa SEM autismo funciona como uma unidade, ou seja, as várias áreas do cérebro são interligadas e se comunicam bem, caracterizando o que chamamos de desenvolvimento típico. Mas já nas pessoas COM autismo, estas áreas não conseguem se comunicar de forma efetiva, o que faz com que elas tenham dificuldade em expressar seus afetos, podendo fazer isso de maneira alternativa e ou inadequada, o que não significa que ela não esteja sentindo afeto e/ou emoção, mas apenas que não aprendeu ainda a se expressar da forma social e culturalmente típica.
Ou seja, farão isso não por falta de sentimento, mas porque a área do cérebro onde os afetos são vividos não se conecta corretamente com a área onde estes afetos são expressos. Isso faz com que pessoas autistas tenham sentimentos verdadeiros e profundos, mas não consigam expressá-los tão facilmente quanto pessoas com o desenvolvimento típico.
É importante, então, saber e espalhar esse conhecimento, auxiliando na desmistificação de que autistas seriam pessoas de “coração frio” ou sem sentimentos. O afeto existe, independentemente da forma como é expresso.
E aí, vamos juntos propagar essa informação?!