O calendário avança, as decorações de Natal iluminam as cidades, e somos inundados com a pressão de "fechar ciclos", "começar do zero" ou "dar conta de tudo" antes que o relógio anuncie o novo ano. Mas e se, em vez de forçar encerramentos, você escolhesse honrar o tempo único dos seus processos?
Nem tudo precisa ser resolvido ou finalizado agora. Há gestalts que pedem mais do que um prazo simbólico, mais do que o ritmo ditado pelo mundo lá fora. Respeitar o seu tempo não é falta de determinação; é uma escolha de cuidado consigo mesmo.Se você chegou até aqui, com todas as suas conquistas, dores e aprendizados, isso já é valioso. Permita-se olhar para o que ainda está em aberto com compaixão. O que ficou por concluir não é um peso ou uma falha, mas uma parte viva do seu processo, que continuará sendo lapidada conforme o tempo e a sua energia permitirem.
O fim do ano pode ser um momento de celebração, mas também de pausa. De reconhecer o que já foi feito, sem pressa de resolver o que ainda não está pronto. Afinal, seu caminho não precisa caber dentro de 12 meses — ele é maior, mais profundo e merece a paciência de ser vivido no seu próprio ritmo.
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Wanessa Sales
Psicóloga Clínica e Gestalt-Terapeuta
CRP 09/16885