As festas de fim de ano, anunciadas como momentos de celebração e alegria, muitas vezes carregam outra face: a pressão. Pressão para exibir um corpo "ideal", para comer "o certo" ou mesmo para parecer sempre impecável. Em meio a tantas expectativas, o desconforto e a ansiedade podem ganhar espaço.Quantas vezes você já se olhou no espelho antes de um evento e sentiu que não estava "à altura"? Ou já hesitou em se servir de algo na ceia com medo de comentários? Essa autoexigência, somada às cobranças externas, pode criar um peso desnecessário sobre momentos que deveriam ser leves e prazerosos. Talvez seja hora de questionar essas imposições.Seu corpo não precisa corresponder a padrões inalcançáveis para ser digno de celebração. Sua relação com a comida não precisa ser pautada por culpa ou regras rígidas. Entre tantos convites à indulgência, pode surgir uma voz interna que critica e cobra: "Você não deveria comer isso", "Precisa compensar depois". Mas será que é justo carregar essa rigidez em um período que simboliza união e aconchego?
Cultivar autocuidado não significa estabelecer barreiras inflexíveis, mas sim reconhecer o que te faz bem naquele momento. Permitir-se saborear sem culpa, descansar sem justificativas, existir sem exigências. Pois a verdadeira beleza do fim de ano está na conexão, na partilha e na aceitação, não na aparência ou no que está no prato.
As festas podem ser uma oportunidade de olhar para si com mais ternura e compreensão. Um lembrete de que a sua saúde emocional é tão importante quanto o que está no prato ou no reflexo do espelho. Por isso, o meu desejo para este fim de ano é que você possa encontrar, neste período, um equilíbrio entre o prazer e a aceitação, entre o cuidado e a liberdade de ser. Boas festas a todos!
.
.
.
Wanessa Sales
Psicóloga Clínica e Gestalt-Terapeuta
CRP 09/16885